Preciso desabafar
Quando viramos mãe, todas as outras mais se acham no direito de nos questionar e dar conselhos. Alguns conselhos são bem vindos, mas lamento algumas mães que ao invés de me contar coisas gostosas sobre a maternidade só falaram horrores. Quando engravidei ouvi muitas coisas feias como se engravidar fosse uma coisa do mal, que só vem para trazer coisas ruins e lamento que para essas mães tenha sido assim, pois eu não tenho do que reclamar da minha gestação, nem muito menos da alegria que é ser mãe todo dia quando acordo. Não sou mosca morta, mas ao invés de começar uma discussão quando uma mãe acha que sabe mais sobre o meu filho do que eu, eu me calo. Respiro fundo e faço cara de quem anota todas essas informações na cabeça. Eu não sou expert no assunto, mas tudo o que acertei até agora é resultado da nova pessoa que me tornei no dia em que o Mateus nasceu. Abracei muitos conselhos bons também, bati a cabeça algumas vezes, errei um pouco e com esses erros aprendi coisas fantásticas e as que eu mais gosto vou contando aos poucos aqui também.
Não leve a mal, mas como disse ali em cima só preciso desabafar e entenda que isto é na forma de uma conversa.
Dizem que vou sofrer por deixá-lo dormir comigo. Isso não tem cabimento pra mim! É meu filho e a coisa mais gostosa é poder dormir com ele agarrado em mim, como se eu fosse um bicho de pelúcia gigante que tem o encaixe perfeito para o seu tamanico. Acordo e tenho em meus braços aquilo que chamamos de “a felicidade das pequenas coisas”. Olha, eu não sei como vai ser mais pra frente (quando eu decidir colocá-lo no berço), e isso é que é o mágico de estar vivo; não saber o que nos espera. E por isso é que tenho vivido. As pessoas são diferentes a partir do momento que nascem, acredito muito que a personalidade de cada um começa a ser formada já no útero e vai se aperfeiçoando no decorrer da vida, por isso aquela receita caseira que funcionou com você, pode não funcionar comigo.
Outras querem que eu interfira na amamentação adaptando novos sabores ao paladar do pequeno. Ninguém imagina como eu fico com isso! Ele é só um neném de quatro meses de idade que tem uma mãe a sua disposição vinte e quatro horas por dia, cheia de leite e amor para dar. Depois do sexto mês a gente vê como funciona, mas hoje não, tá?!
O calor na terra das cataratas é nervoso, Mateus de regatinha e shorts dando pinta de malandro. Vem alguém e diz: ele não tá muito peladinho, não?
Acho que se tudo tem corrido bem até agora, se nunca tivemos uma noite em claro (pois ele dorme muito bem), se é uma criança saudável e feliz é porque até agora tivemos muito mais acertos do que erros. Ninguém faz por mal quando quer dar um conselho, mas às vezes fico chateada, pois é como se eu não soubesse fazer nada direito, principalmente cuidar do meu pequeno.
:(