Acredito que o trabalho de parto normal é a única experiência válida capaz de mostrar o quanto o sexo frágil não é tão frágil assim. Por uma única vez pensei em desistir e partir para algo `menos` dolorido e mais fácil de amenizar toda aquela dor que se arrastou madrugada a dentro até quase o meio dia do outro dia, mas não desisti. Descobri em mim um tipo de mulher maravilha com super poderes e coragem de sobra. Descobri também que as pessoas até podem desistir de mim, mas eu nunca. Me pediram para descrever como é a dor do parto, assim como muitas mães já tentaram me descrever como era. Eu não fazia idéia e certamente você que está aqui acompanhando também não imagina como seja. É uma cólica? Sim, é uma cólica. Mas de nada adianta eu descrever como é, pois é uma dor e um momento extremamente nosso. É uma dor que não se escreve e nem se mede da mesma forma que o amor que carrego dentro de mim agora. É algo que nos transforma em alguém que jamais imaginei ser capaz de ser transformada. Só posso resumir e dizer que a dor é horrível, que passei horas de angustia e ansiedade, mas que hoje, de tanto amor que carrego aqui dentro, nem faço mais idéia de quão dolorido é. Passou e Mateus nasceu tão lindo e cheio de vida que assim que o vi fui anestesiada por uma felicidade tão única que toda a dor e o desconforto da posição que eu me encontrava deram lugar a várias gargalhadas e um choro bobo que se derretia com o primeiro chorinho dele.
Ele nasceu em uma data um tanto quanto curiosa: 10/10/10 e o parto estava previsto para depois do dia 16/10.
Mateus nasceu com 3.490kg e 52cm.
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Fiz parto normal, pelo SUS no Hospital Min. Costa Cavalcanti.
Obrigada a todas as enfermeiras e plantonistas que me atenderam extremamente bem, correu tudo melhor do que o esperado.