quinta-feira, 17 de junho de 2010

O elo de três


Quando não se está esperando e derrepente acontece algo que mudará sua vida para sempre ao mesmo tempo em que pode ser incrível, (depois que você para pra pensar, depois que o susto passa), é mais do que isso, é maravilhosamente incrível. Mas enquanto você ainda está anestesiado pelo susto, pelo filme desesperador que se passa pela cabeça atordoada de dúvidas é só o desespero que te faz companhia. É o medo que não te deixa dormir. É a agonia e o pavor de estar só que te abraça durante a noite de insônia.

Quando descobrimos que estávamos grávidos além das lágrimas, rolaram também palavras feias, daquelas que te rasgam por dentro, te partem em mil. No mesmo dia contamos aos nossos pais, pois até em tão eu era a caçula, apesar dos 27, caçula sempre vai ser caçula, até com 60. Pra sempre. Meu pai me abraçou forte enquanto eu me debulhava em soluços e mais lágrimas e me disse a última coisa que eu esperava ouvir daquele argentino turrão: Gravidez não é doença, para de chorar. Ficamos por um tempo abraçados, eu, ele e minha mãe. Chorei durante mais três dias e em dois deles eu não sai de casa. Eu estava completamente atordoada e chorava cada vez que lia o depoimento de amigas queridas e de minhas cunhadas também. Tá, até hoje eu choro quando me pego lendo esses depoimentos. Esse choro todo não era de arrependimento, nem de tristeza. Era medo. Medo de tudo o que viria, medo de levar a culpa sem ter culpa (ou apenas metade dela), medo de todas as mudanças, medo de ficar só. Medo do que seria daquele dia em diante.

Depois de alguns dias, depois que a tormenta de susto passou, depois de todos os abraços e das palavras de carinho, depois das consultas, dos exames e de ler muito muito muito a respeito fui me acostumando com a idéia, com as mudanças e até mesmo com os olhares. Descobri que todo o medo que eu sentia era apenas o desconforto e a falta de costume de saber que agora não sou mais eu, somos nós. Era o medo de abandonar algumas de minhas prioridades, deixar algumas coisas de lado e cuidar mais de mim, pois meu corpo já não era mais só meu. Ele era o abrigo e o refúgio de um ser que eu nem conhecia, nunca nem tinha visto, mas que eu estava aprendendo a amar a cada dia que se passava. Descobri também, com o passar dos dias, que nunca mais estarei sozinha, pois tenho você aqui comigo, que nem bem chegou e já me ensina e mostra tantas coisas boas e bonitas.

Como diz Caio, tenho dias lindos, mesmo quietinhos.

Pois temos um ao outro e você, filho, nunca me deixa esquecer isso.

3 comentários:

  1. Sério mesmo: sempre tive um carinho imenso por ti mesmo com nosso pouco contato e intimidade...mas é algo tão gostoso de sentir, este carinho, afeto.. e agora tá em dobro por ti!!! Vc (vcs!) não tem idéia de como uma fico ´mexida´ lendo o seu depoimento mamãe.. é mto lindo!! Mto mesmo.. :) quero só o melhor para vcs família!! AMO :) Bju duplo da Tia Vanessinha :)

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  2. ai, Carol, que blog mais lindo! <3
    muito caprichosa você :~

    a Lu te mandou o e-mail do bazar?
    eu não tenho teu e-mail, daí pedi pra ela te encaminhar.
    me adiciona no msn.. lianagratieri@hotmail.com

    beijocas pra você e pro seu pequeno príncipe <3

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  3. que linda minha amada amiga e futura mamãe do Mateo =~~

    te love eterno.

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